quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ética ou falta de?


Final de semana passado – dia 26/04 para ser mais exata – se deu início minha tão sonhada especialização. A alegria de voltar para uma sala de aula, voltar a aprender, voltar a estudar é simplesmente imensa. As expectativas, lógico, são tão imensas quanto. Na verdade é uma cadeia de expectativas: quando se está no Ensino Fundamental o pessoal do Ensino Médio é super descolado. Quando se está no Ensino Médio, a galera da faculdade é mega independente. Quando se está na faculdade os alunos da pós são super estudiosos...quando terminar a pós escrevo sobre qual será a impressão dos mestrandos. Enfim, as aulas foram deliciosas, em especial a aula de sábado, cheia de discussões extremamente pertinentes ao profissional da Educação.

Antes de escrever sobre o que realmente me chamou atenção, quero salientar que a postura dos acadêmicos de licenciaturas (nunca tive aula com outros) me entristece. Tanto na aula de sexta quanto na de sábado a conversa paralela – o famoso ti-ti-ti – foi simplesmente gigante. Foi suficiente pra me deixar constrangida mediante os professores pelo desrespeito da turma. É uma postura indesculpável para qualquer acadêmico, mas para uma turma de, em sua grande maioria, professores, a situação chega a ser surreal.

Mas voltando ao assunto, em um dado momento em uma discussão no sábado entrou em questão a relação Escola X Família, e algumas colocações foram, na minha humilde opinião, bem preocupantes. A maioria esmagadora de educadores (principalmente da educação infantil) simplesmente estabeleceram que o problema da educação das crianças com dificuldade de limites, concentração, foco ou o que quer que seja é a falta da participação dos pais na escola. Não quero dizer que discordando dessa afirmação concordo com evasão dos pais do ambiente escolar, mas sim que como é uma situação que foge do controle da escola, o olhar precisa ter outro enfoque: o que eu, em minha prática docente, tenho feito interessar, cada vez mais, o educando?

Ninguém, absolutamente nenhuma das pessoas falou da sua prática, de questionamentos e avaliações pessoais, de dúvidas ou incertezas, de pesquisas e estudos. Tudo isso permeia a prática pedagógica. Quando um educador para de questionar a sua própria prática e cai em um conformismo de que o aluno “dá trabalho” por problemas externos e não há nada que ele possa fazer, a possibilidade da educação desencadear uma falência sem volta é muito grande.

Eu espero do fundo do meu coração enxergar, no decorrer das aulas, uma mudança de concepção nesse sentido. Eu espero nas conversas, discussões, debates e seminários, ver uma postura com mais autocrítica e responsabilidade dos colegas. Eu espero poder generalizar ao falar que o professor é um formador de opinião, pesquisador e produtor de conhecimento.

A educação é um direito garantido a todos. Mas o aprendizado quem tem a obrigação de oferecer e mediar é o professor que está em sala de aula por um motivo: não é para ficar rico, não é para ter status, não é para ser popular...é porque AMA sua missão e a leva consigo da maneira mais séria e comprometida possível.
Eu espero ver essa mudança de comportamento começando pelo respeito ao espaço em que somos privilegiados por ter acesso. Um espaço de extrema troca de experiências e crescimento profissional. Um espaço de amadurecimento e evolução, onde o foco deve ser aprender sempre, e cada vez mais.

Por hoje é isso. Tenho outros tópicos em mente, mas os abordarei semanalmente. A beleza de voltar a estudar é que a cabeça volta a funcionar mais e mais e mais...nada se acomoda ou atrofia. Delícia!




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