Final de semana passado – dia 26/04 para ser mais exata – se
deu início minha tão sonhada especialização. A alegria de voltar para uma sala
de aula, voltar a aprender, voltar a estudar é simplesmente imensa. As
expectativas, lógico, são tão imensas quanto. Na verdade é uma cadeia de
expectativas: quando se está no Ensino Fundamental o pessoal do Ensino Médio é
super descolado. Quando se está no Ensino Médio, a galera da faculdade é mega
independente. Quando se está na faculdade os alunos da pós são super
estudiosos...quando terminar a pós escrevo sobre qual será a impressão dos
mestrandos. Enfim, as aulas foram deliciosas, em especial a aula de sábado, cheia
de discussões extremamente pertinentes ao profissional da Educação.
Antes de escrever sobre o que realmente me chamou atenção,
quero salientar que a postura dos acadêmicos de licenciaturas (nunca tive aula
com outros) me entristece. Tanto na aula de sexta quanto na de sábado a
conversa paralela – o famoso ti-ti-ti – foi simplesmente gigante. Foi suficiente
pra me deixar constrangida mediante os professores pelo desrespeito da turma. É
uma postura indesculpável para qualquer acadêmico, mas para uma turma de, em
sua grande maioria, professores, a situação chega a ser surreal.
Mas voltando ao assunto, em um dado momento em uma discussão
no sábado entrou em questão a relação Escola X Família, e algumas colocações
foram, na minha humilde opinião, bem preocupantes. A maioria esmagadora de
educadores (principalmente da educação infantil) simplesmente estabeleceram que
o problema da educação das crianças com dificuldade de limites, concentração, foco
ou o que quer que seja é a falta da participação dos pais na escola. Não quero
dizer que discordando dessa afirmação concordo com evasão dos pais do ambiente
escolar, mas sim que como é uma situação que foge do controle da escola, o olhar
precisa ter outro enfoque: o que eu, em minha prática docente, tenho feito interessar,
cada vez mais, o educando?
Ninguém, absolutamente nenhuma das pessoas falou da sua
prática, de questionamentos e avaliações pessoais, de dúvidas ou incertezas, de
pesquisas e estudos. Tudo isso permeia a prática pedagógica. Quando um educador
para de questionar a sua própria prática e cai em um conformismo de que o aluno
“dá trabalho” por problemas externos e não há nada que ele possa fazer, a
possibilidade da educação desencadear uma falência sem volta é muito grande.
Eu espero do fundo do meu coração enxergar, no decorrer das
aulas, uma mudança de concepção nesse sentido. Eu espero nas conversas,
discussões, debates e seminários, ver uma postura com mais autocrítica e
responsabilidade dos colegas. Eu espero poder generalizar ao falar que o
professor é um formador de opinião, pesquisador e produtor de conhecimento.
A educação é um direito garantido a todos. Mas o aprendizado
quem tem a obrigação de oferecer e mediar é o professor que está em sala de
aula por um motivo: não é para ficar rico, não é para ter status, não é para
ser popular...é porque AMA sua missão e a leva consigo da maneira mais séria e
comprometida possível.
Eu espero ver essa mudança de comportamento começando pelo
respeito ao espaço em que somos privilegiados por ter acesso. Um espaço de
extrema troca de experiências e crescimento profissional. Um espaço de
amadurecimento e evolução, onde o foco deve ser aprender sempre, e cada vez
mais.
Por hoje é isso. Tenho outros tópicos em mente, mas os
abordarei semanalmente. A beleza de voltar a estudar é que a cabeça volta a
funcionar mais e mais e mais...nada se acomoda ou atrofia. Delícia!
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