segunda-feira, 22 de abril de 2013

Alexandre Lopes, O Missionário.


Fico tão feliz quando, ao invés de escrever críticas, escrevo sobre coisas boas. Aí alguém pode me dizer: Mas tu podes escrever sobre o que quiseres, se queres escrever só sobre coisas boas, pois que assim o faça!

Se eu fizesse isso, trairia meu propósito. Escrevo sobre aquilo que me chama atenção, aquilo que acho importante, aquilo que considero fundamental ser compartilhado.

Por isso agradeço a Deus e a humanidade quando o que se sobressai em uma semana tão cheia de “terrorismo”, literalmente, é uma notícia sobre uma pessoa pra lá de especial que está fazendo a diferença na vida de tantas outras e, merecidamente, sendo reconhecido por isso.

A reportagem que assisti essa noite foi sobre Alexandre Lopes, um brasileiro que ganhou o prêmio de melhor professor da Flórida e concorre, nesse momento, ao prêmio de melhor professor dos Estados Unidos.

Lembrei, acima de tudo, das pessoas maravilhosas com as quais já trabalhei e tem uma filosofia de trabalho muito parecida com a dele, e isso me deixa muito orgulhosa de saber o quão privilegiada sou por ter convivido com tanta sabedoria. Dentre elas minha mãe Marli e minhas amigas Kathy e Joyce, três professoras maravilhosas que se identificam tão grandemente com o professor em questão que foi impossível não pensar nelas enquanto assistia a reportagem.

Alexandre cursou o Mestrado na Universidade de Miami e atualmente faz sua pesquisa de Doutorado na Universidade Internacional da Flórida, além disso, dá palestras e participa de um projeto que estimula a formação continuada dos professores.

Mas não é nem o currículo impressionante e nem os trabalhos extracurriculares que me chamaram atenção, muito menos a parte glamurosa dos prêmios e tudo mais...mas sim seu trabalho com as turminhas inclusivas na Carol City Elementary. O trabalho de Alexandre é simplesmente incrível.



Ele trabalha com as crianças única e exclusivamente de forma lúdica e sua principal ferramenta é a música. Além disso, usa da tecnologia não em tablets, mas sim em um quadro digital onde a criança toca e ouve a resposta da atividade proposta. Também digitaliza livros tirando os textos, mostrando apenas as figuras para incentivar a produção individual e coletiva.

Além disso, trabalha o toque...nas aulas existem abraços e beijos das crianças para o professor, do professor para as crianças, e das crianças com as crianças. O abraço, o aperto de mão, o carinho no rosto, o cafuné...o famoso “toca aqui”...a AFETIVIDADE que se faz cada vez mais ausente na educação. O trabalho de Alexandre visa não só proliferar uma educação inclusiva em sala de aula ou na escola, mas sim nas famílias e, através delas, em toda comunidade. Essa é a postura que vi tantas vezes ser desempenhada pelas três grandes professoras que anteriormente citei, e que graduação ou especialização nenhuma trazem em seu currículo. Tenho certeza de que além de intervir positivamente na vida dos seus alunos e famílias, Alexandre também inspira aqueles que trabalham com ele tendo contato diário com a linda didática que adota.

Esse professor é Brasileiro, é herdeiro cultural de Paulo Freire, é um orgulho não só para os professores quanto para toda a população do Brasil. É uma pessoa iluminada que a cada dia faz a diferença no mundo, cumpre sua missão...

Quantos Alexandres temos no Brasil? Muitos, muitíssimos. A grande diferença é a oferta de contexto para esse desenvolvimento. Ele ganhou, ou melhor, conquistou o privilégio de cursar Mestrado e Doutorado com bolsa integral, podendo ao mesmo tempo privilegiar uma comunidade inteira com seu maravilhoso trabalho e qualificar sua formação. O benefício disso é óbvio: quanto mais qualificado se possibilita que um profissional seja, maior será seu retorno para a comunidade para qual ele se doa.

Ele não defende a formação continuada por acaso, mas sim porque como um profissional da educação de alto gabarito, reconhece a importância que essa formação tem no dia a dia de quem está em sala de aula e precisa, ininterruptamente, de injeções de novidades.

É um exemplo a ser seguido...é um modelo a ser parabenizado...é um orgulho poder dizer que existe um brasileiro longe de sua pátria fazendo tanto por tantas famílias de maneira tão nobre.

E assim como agradeci ao Chico Livreiro, agradeço ao Alexandre Lopes. Obrigada por me lembrar a razão da Educação , pra mim, ser a missão mais linda designada para os missionários escolhidos: os professores. 

3 comentários :

  1. Realmente fantástico todo o trabalho deste mestre!!!

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  2. Parabéns pela homenagem feita aos professores através deste post. Sempre sábias suas palavras! Quanto à referência que fez ao meu trabalho, agradeço profundamente e fico feliz que através dele, tenha conseguido transmitir o amor e o zelo com que o faço. Mas, ainda acho que poderia fazê-lo melhor. E você poderia ser incluída nessa gama de professores que educam através da afetividade, se valendo das muitas possibilidades para que o aluno seja autor de sua aprendizagem e o professor um mediador dos conhecimentos. Tenho sempre muito orgulho de ti filha querida.

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  3. Tali, minha amiga... muito obrigada. te admiro muit e aprendi muito com você...
    Pessoa determinada e que acredita na educação...
    Parabéns à você!!! Um grande beijo Prof. Kathy

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