Fico tão feliz quando, ao invés de escrever críticas,
escrevo sobre coisas boas. Aí alguém pode me dizer: Mas tu podes escrever sobre
o que quiseres, se queres escrever só sobre coisas boas, pois que assim o faça!
Se eu fizesse isso, trairia meu propósito. Escrevo sobre
aquilo que me chama atenção, aquilo que acho importante, aquilo que considero
fundamental ser compartilhado.
Por isso agradeço a Deus e a humanidade quando o que se sobressai
em uma semana tão cheia de “terrorismo”, literalmente, é uma notícia sobre uma
pessoa pra lá de especial que está fazendo a diferença na vida de tantas outras
e, merecidamente, sendo reconhecido por isso.
A reportagem que assisti essa noite foi sobre Alexandre Lopes, um brasileiro que ganhou o prêmio de melhor professor da Flórida e concorre,
nesse momento, ao prêmio de melhor professor dos Estados Unidos.
Lembrei, acima de tudo, das pessoas maravilhosas com as
quais já trabalhei e tem uma filosofia de trabalho muito parecida com a dele, e
isso me deixa muito orgulhosa de saber o quão privilegiada sou por ter
convivido com tanta sabedoria. Dentre elas minha mãe Marli e minhas amigas
Kathy e Joyce, três professoras maravilhosas que se identificam tão grandemente
com o professor em questão que foi impossível não pensar nelas enquanto
assistia a reportagem.
Alexandre cursou o Mestrado na Universidade de Miami e
atualmente faz sua pesquisa de Doutorado na Universidade Internacional da
Flórida, além disso, dá palestras e participa de um projeto que estimula a
formação continuada dos professores.
Mas não é nem o currículo impressionante e nem os trabalhos
extracurriculares que me chamaram atenção, muito menos a parte glamurosa dos
prêmios e tudo mais...mas sim seu trabalho com as turminhas inclusivas na Carol
City Elementary. O trabalho de Alexandre é simplesmente incrível.
Ele trabalha com as crianças única e exclusivamente de forma
lúdica e sua principal ferramenta é a música. Além disso, usa da tecnologia não
em tablets, mas sim em um quadro digital onde a criança toca e ouve a resposta
da atividade proposta. Também digitaliza livros tirando os textos, mostrando
apenas as figuras para incentivar a produção individual e coletiva.
Além disso, trabalha o toque...nas aulas existem abraços e
beijos das crianças para o professor, do professor para as crianças, e das
crianças com as crianças. O abraço, o aperto de mão, o carinho no rosto, o
cafuné...o famoso “toca aqui”...a AFETIVIDADE que se faz cada vez mais ausente
na educação. O trabalho de Alexandre visa não só proliferar uma educação
inclusiva em sala de aula ou na escola, mas sim nas famílias e, através delas,
em toda comunidade. Essa é a postura que vi tantas vezes ser desempenhada pelas
três grandes professoras que anteriormente citei, e que graduação ou
especialização nenhuma trazem em seu currículo. Tenho certeza de que além de
intervir positivamente na vida dos seus alunos e famílias, Alexandre também
inspira aqueles que trabalham com ele tendo contato diário com a linda didática
que adota.
Esse professor é Brasileiro, é herdeiro cultural de Paulo
Freire, é um orgulho não só para os professores quanto para toda a população do
Brasil. É uma pessoa iluminada que a cada dia faz a diferença no mundo, cumpre
sua missão...
Quantos Alexandres temos no Brasil? Muitos, muitíssimos. A
grande diferença é a oferta de contexto para esse desenvolvimento. Ele ganhou,
ou melhor, conquistou o
privilégio de cursar Mestrado e Doutorado com bolsa integral, podendo ao mesmo
tempo privilegiar uma comunidade inteira com seu maravilhoso trabalho e
qualificar sua formação. O benefício disso é óbvio: quanto mais qualificado se
possibilita que um profissional seja, maior será seu retorno para a comunidade
para qual ele se doa.
Ele não defende a formação continuada por acaso, mas sim
porque como um profissional da educação de alto gabarito, reconhece a
importância que essa formação tem no dia a dia de quem está em sala de aula e
precisa, ininterruptamente, de injeções de novidades.
É um exemplo a ser seguido...é um modelo a ser
parabenizado...é um orgulho poder dizer que existe um brasileiro longe de sua
pátria fazendo tanto por tantas famílias de maneira tão nobre.
E assim como agradeci ao Chico Livreiro, agradeço ao
Alexandre Lopes. Obrigada por me lembrar a razão da Educação , pra mim, ser a
missão mais linda designada para os missionários escolhidos: os professores.
Realmente fantástico todo o trabalho deste mestre!!!
ResponderExcluirParabéns pela homenagem feita aos professores através deste post. Sempre sábias suas palavras! Quanto à referência que fez ao meu trabalho, agradeço profundamente e fico feliz que através dele, tenha conseguido transmitir o amor e o zelo com que o faço. Mas, ainda acho que poderia fazê-lo melhor. E você poderia ser incluída nessa gama de professores que educam através da afetividade, se valendo das muitas possibilidades para que o aluno seja autor de sua aprendizagem e o professor um mediador dos conhecimentos. Tenho sempre muito orgulho de ti filha querida.
ResponderExcluirTali, minha amiga... muito obrigada. te admiro muit e aprendi muito com você...
ResponderExcluirPessoa determinada e que acredita na educação...
Parabéns à você!!! Um grande beijo Prof. Kathy