domingo, 7 de abril de 2013

Chico, O livreiro.


Hoje, 07 de Abril de 2013, tive uma surpresa deliciosa ao assistir no programa Fantástico uma reportagem sobre Chico, um livreiro que há quase quarenta anos tem uma livraria na Universidade de Brasília e se tornou, no cenário acadêmico, uma referência para alunos e professores.

Ele mudou-se do Piauí para Brasília em um caminhão “pau de arara” e na capital federal passou a vender jornais. Lia-os sempre e, daí, surgiu a paixão pela leitura.

Quando questionado qual é o seu objetivo de vida ele responde com uma voz simplória: “conceituar o mundo através da leitura, do trabalho com os livros, sabe?”. Impressionante? Pois é, mas foi só o começo. Ele conhece as pessoas e quando chegam novidades na livraria sai pelos corredores avisando aos interessados. Como disse um dos professores: “ele é daqueles livreiros à moda antiga”.

Durante a reportagem ele cita vários nomes de autores que tem como ídolos, dentre eles ganhou autógrafos de Moacyr Scliar e de Ariano Suassuna, dedicatória personalizada de Cora Coralina e, como ele mesmo disse, teve “um dedinho de prosa” com José Saramago.

Enquanto assistia a reportagem fiquei pensando na maravilha que o Chico livreiro representa: um menino pobre que foi para a capital tentar uma vida melhor e encontrou uma riqueza que vale muito mais que qualquer valor financeiro, o amor pela LEITURA.

Dedicou a sua vida aos livros e, mais importante, a mostra-los às outras pessoas. Trabalha há quase quatro décadas em uma instituição responsável única e exclusivamente pela formação profissional e com ela a construção do conhecimento, e colabora diariamente com isso. Durante a reportagem um professor é questionado se ele é mais conhecido que o reitor, e o mesmo responde: “o reitor passa, e ele permanece”. O Chico livreiro tem um valor inestimável e não é só para sua família ou para universidade, é para o mundo.
Um homem simples e de fala mansa, mas que carrega dentro de si um baú com infinita cultura e sabedoria. Quantos desses existem? Poucos, pois aqui não falo da sabedoria acadêmico-científica, mas sim, de vida. De saber valorizar tudo e todos e desfrutar das coisas simples como se fossem as mais importantes – quem vai dizer que não são?!

Pois digo que o Chico livreiro deveria ser eterno, continuar para todo o sempre iluminando sua livraria com um sorriso largo e satisfeito, abraçando o cliente na despedida, indicando literaturas já conhecidas por ele, sabendo edições e editoras, valorizando cada vírgula escrita em papel velho e jamais deixando de saciar a sede de leitura de quem quer que seja.

Cita, ao fim da reportagem, Paulo Leminski. Pois eu termino aqui meu post citando o não menos importante e ilustre Chico livreiro: “Você só existe através da leitura, do conhecimento, da saúde e do amor ao próximo”.

E faço aqui eu também um agradecimento especial ao Chico, que me tirou de tantos posts de críticas e indignações para me dar de presente um assunto tão lindo sobre o qual escrever.

Muito obrigada!



3 comentários :

  1. Não tive oportunidade de ver... obrigada por compartilhar... adorei... Bjs Prof. Kathy

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  2. Menina...foi lindo. No momento em que estava assistindo soube que seria o post da semana. Que pessoa maravilhosa.

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  3. Não assistí o programa , mas como sou amiga do Chiquinho há anos e também trabalho com livros tenho o privilégio de ser amiga deste homem pequeno de estatura, mas com a alma e a inteligência enorme.
    Parabéns Chico, você foi um sucesso e melhor conhecido globalmente.Bjs.
    Cibele Souza - Editora UFMG - Belo Horizonte

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