quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Epitáfio...


Eu estava com um texto praticamente pronto pra escrever quando, sem mais nem menos, tive um epitáfio – pretensão?



Só sei que me cansei, por um breve momento, de criticar a educação. Alguém já reparou como passamos tempo criticando. Apontamos esse defeito, aquela defasagem, é problema aqui, acolá, e deixamos de falar no que a educação tem de belo.



Por que o epitáfio? Simples: tenho o hábito matinal de assistir o jornal da Rede Globo, Bom Dia Brasil, diariamente. Essa semana fui surpreendida com a presença do professor Sérgio Nogueira Duarte que estava acompanhando uma reportagem sobre os porquês existentes por aí, reportagem essa que mostrava poemas de ninguém mais ninguém menos que Fernando Pessoa.



Um deles sinto-me obrigada a dividir:



“Copiaste? fizeste bem.
copia mais, sem canseira.
copia, pilha, retém...
é a única maneira
de não escreveres asneira...”



Genial? Certamente.



Depois da matéria, o professor Sérgio Nogueira Duarte, com um quadro no meio do estúdio, explicou brincando quando se usa por que, porque, por quê e porquê, com uma simplicidade tamanha que me causou até encanto.



Explicou, em resumo, que o “por que” aparece não apenas em perguntas, mas sempre que pode ser substituído por “por qual razão ou motivo” ou “pelo qual ou pelas quais”. O “por que” equivale ao “pois”, “já que”, “uma vez que”, ou seja, uma relação de causa e/ou explicação. O “por quê” equivale ao “por que”, no entanto, aparece antes de pontos, sejam eles quais foram (., ?, !), e finalmente o porquê acontece quando toma forma de um substantivo.



Mas o professor deu essa explicação de forma tão natural que me fez perceber o quanto ama e respeita a Língua Portuguesa. Esse foi o epitáfio.



A educação está se perdendo pelo fato de sempre se salientar o que precisa acontecer, melhorar, mudar, acabar, enfim, as pessoas simplesmente estão esquecendo das coisas boas que ainda acontecem. Isso é tão perigoso.



A lição veio diretamente a mim, e senti grande necessidade de dividi-la. O professor é um herói. Cada um é tão grande quanto os maiores heróis que o mundo já teve e – espero – ainda terá. Por isso não podemos esquecer do que nos levou a sermos professores, ajustar nosso foco para os objetivos da nossa profissão e seguir em frente. Como diria Buzz Lightyear, “Ao infinito e além...”.



Para encerrar, deixo o vídeo de uma música que é mágica e que, pra mim, tem um significado ímpar. Não vou nem tentar explicá-la, porque (junto, lembram?) ela fala por si. Definitivamente, existem coisas na vida que precisam ter a liberdade de simplesmente acontecerem.






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