Gentileza – Marisa Monte
Fiquei pensando sobre o que escrever pra não interromper a sequência de posts, mas não queria escrever por escrever. Foi quando, na última quinta-feira (17/06) participei de um seminário de um curso da área da Educação e devido a alguns acontecimentos o tema veio à tona: RESPEITO.
Comecei com a música “Gentileza” de Marisa Monte porque vejo nela uma mensagem lindíssima. Uma visão do mundo que o professor precisa ter, visão essa abordada por Luciana E. Ostetto no livro “Arte, Infância e Formação de Professores – Autoria e Transgressão”, onde no capítulo 5 intitulado “Do cinzento ao multicolorido: linguagem oral, linguagem escrita e prática pedagógica na Educação Infantil” a autora faz uma releitura da música salientando uma educação modificadora. Mas fiz esse parêntese porque coincidentemente, alguns dias antes, levei essa música para a sala de aula devido a uma confraternização, esperando que quem a recebeu a leve consigo para sua prática docente.
Enfim, no tal dia 17, ao chegar à sala onde seria o seminário, me sentei bem na frente de modo a prestar total atenção nas apresentações. Quando a primeira começou percebi um “murmurinho”, aquele “tititi”, sabem? Imaginei que fosse devido ao horário, pois muitas pessoas ainda estavam chegando. Logo essa conclusão foi por água a baixo, pois durante todas as apresentações a conversa paralela continuou. Olhei pra trás diversas vezes esperando que as pessoas desconfiassem que estavam incomodando, e ao mesmo tempo por solidariedade a quem estava apresentando, mas nada acontecia. Em uma dessas olhadas, pra minha indescritível surpresa, estava a professora em meio a uma conversa animadíssima com algumas pessoas DURANTE UMA APRESETAÇÃO QUE ELA DEVERIA AVALIAR, e mesmo que não devesse, a professora sempre deve ser o exemplo, não?! Fiquei no seminário até o último grupo se apresentar e, ao final, das setenta pessoas que estavam na sala no início restaram aproximadamente quinze. Isso tudo me remeteu a pensar que aquelas setenta pessoas estão se preparando para serem professores, e não conseguem respeitar um acadêmico que está se esforçando para trazer as mais diversas informações e contribuições para a sua formação.
Fico pensando e me perguntando se aqueles acadêmicos – que em sua maioria já são professores – ao entrar em sua sala de aula para lecionar ficam olhando para os alunos e fazendo o famoso “sssssssssshhhhhhhhhhhhhhhhhiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuu” quando existe uma conversa ou coisa assim.
Saí da turma já pensando que o próximo post do blog seria sobre respeito. Até quando continuará acontecendo o tal “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”? As noções de respeito, de gentileza como diz a música, estão cada vez mais escassas na sociedade, e quando acontece algo bizarro como violência na escola, em casa, desrespeito no trânsito, em filas, com idosos/gestantes/deficientes em ônibus, enfim, em todas essas situações que nos chocam e nos fazem pensar por que tudo está do jeito que está, devemos parar e refletir se realmente estamos fazendo a nossa parte para que seja diferente.
Aquele velho brasão “violência gera violência” pode ser usado para virtudes também, porque respeito gera respeito, gentileza gera gentileza e educação, decididamente, gera educação.
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